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Bioética

O que é bioética?

Resumo:

 

Com a intenção de contribuir para a formação do trabalho acadêmico, o presente estudo tem por escopo construir um percurso que se limita ao campo da bioética ou algo ou algo do gênero. Para tanto, teremos como material para nos ajudar nessa trajetória, a produção de José Roberto Goldim e um vídeo (diversidade), dirigido pela TV PUC.   

 

 

Palavras-chave: bioética, vida, morte, cultura, humildade, responsabilidade

 

 

Por Djalma Andrade

Introdução:

 

Falar da bioética na atual conjuntura implica em considerar a complexidade da qual a mesma se reveste. Assim, não nos soa mal dizer que estamos diante de um assunto um tanto espinhoso que, por maior que seja o nosso aparato ou credibilidade para discorrermos  sobre o mesmo, as lacunas serão inevitáveis.  São vários os fatores que contribuem para tal. E um deles, talvez o mais pertinente aqui, que também demarca a fala de abertura do vídeo, é o fato de esse tema não fazer parte da pálpebra da grande mídia, sendo restringido, somente, aos profissionais da área de saúde; quando, na verdade, deveria permear toda a sociedade, pois o que esse tema discute diz respeito a todos nós: a vida e a morte. Nessa esfera, é claro que vida e morte não diz respeito unicamente à espécie humana, mas a todo ser vivente, que pode ser classificado dentro desse processo.

 

 

 BIOÉTICA

 

                     Se pensarmos na combinação do trabalho proposto por Goldim com o objetivo das falas que aparecem no vídeo diversidade, entenderemos que não teremos nessa relação de produção, a cerca da bioética, nenhuma dicotomia de natureza significante.

 

Em ambas as exposições, vem ao nosso entendimento que o termo bioética ganha seu sentido original no reconhecimento das obrigações éticas não somente com o ser humano, mas com todos os seres vivos e com a terra em toda dimensão existencial no sentido de pensar criticamente a respeito do “chão em que é habitado” e coexistindo no “entre” das vidas presentes e futuras. O interessante aqui é que tal definição abre novas vertentes ao respeito da humanidade, as quais passam pelo crivo da exigência e urgência de ações e relações que busquem o bem comum. Nessa perspectiva, uma ação em vista do bem comum não se restringe, unicamente, ao meu semelhante, mas a tudo que cabe dentro do processo vida e morte; nisso se constitui o imperativo bioético, em outras palavras, o respeito a todo ser vivo se faz relevante.

 

É notório que o fenômeno vida não acontece separadamente de um tempo, e isso nos faz pensar na vida que um dia fora vivida, na vida que hoje se vive e na vida que se viverá. Dessa forma, é oportuno salientar que o futuro da humanidade implica na interface de duas ou mais perspectivas discursivas no desenvolvimento da ciência e da humanidade, balizando sustentabilidade no futuro da humanidade, capaz de materializar técnicas e instrumentos em seus avanços e (dês) avanços – o saber em sua complexidade onde o verdadeiro também pode ser falso e vice versa. É nesse emaranhado oceano de passado, presente e futuro, de desenvolvimento da ciência e da humanidade que podemos falar de uma bioética profunda, onde se engloba a humanidade, responsabilidade, habilidade interdisciplinar, intelectual, realçando e respondendo ao senso da humanidade pela ética, sendo eticamente ou não qualificada em seus planos existenciais, na interação com o outro em um mundo vivido com sentido para a vida, respeitando seus limites e alcances possíveis.

 

 É de se saber que, conforme bem apontado por Goldim, a inclinação sobre nossos próprios limites abre caminhos ao que podemos correlacionar entre bioética e senso de humildade: humildade chega conciliada com “posso estar errada”, mas tenho espaço para novamente conhecer, guiado pelos limites inerentes a todo processo de produção humana; mais que isso, a correlação entre bioética e senso de humildade, não somente me confere a capacidade de compreender e de me relacionar com meus limites, mas também me confere o respeito, em relação ao outro, em seus desacertos.

 

Até onde se sabe, o ser humano é o único animal que tem consciência de sua existência e de que um dia deixará de existir. Isso nos faz compreender que o que encontramos quando aqui chegamos, foi construção de uma geração anterior, que por aqui também passou e se relacionou com o meio, o qual hoje nos acolhe. Certa vez alguém disse que viver é plantar árvore sob cuja sombra jamais descansaremos. Em outras palavras, tal frase nos convida a pensar na bioética e responsabilidade. É a responsabilidade que se tem de preparar o “terreno”, de semear o respeito pelo direito dos que irão nascer, para que, assim como nós,  encontrem  um ambiente resguardado pelos que ali estiveram e se comprometeram  com o continuo da responsabilidade ampliada para os que irão chegar e ocupar esse chão em que foi pisado por muitos na convivência dialógica em toda forma de existir e fazer acontecer.

 

O fato de termos ciência de nossa existência, faz nos sabedores de que não há pessoa sem família, aprendizagem sem cultura, loucura sem ordem social; por tanto, não pode haver, tampouco, um eu sem um nós, um saber sem um sistema simbólico, uma desordem que não se remeta a normas morais e a uma moralidade social. No rol de toda essa realidade que chega até nós, e da qual não podemos negar sua veracidade, insurge a bioética e a competência interdisciplinar, onde diz respeito à questão da interdisciplinaridade, contextualizando a humildade e tolerância capaz de compreender a multiplicidade de culturas de diferentes grupos na relação com a autoridade, à relação do próprio individuo com a sociedade, o conceito de masculinidade e feminilidade, formas de lidar com conflitos e incertezas e a perspectiva de longo prazo como tratou Geett Hofstede para distinguir as diferentes formas de perceber uma determinada realidade.

 

Na relação mutua, a humanidade de cada um se torna inquestionável. Isso porque não devemos conceber uma relação desprovida da bioética e o senso de humanidade, pois é aqui, e somente aqui, que aflora o nosso lado altruísta e solidário. 

 

                    Em suma, o caminho que percorremos até aqui, encontra-se resumido, na fala de abertura do vídeo diversidade, proferida pelo Prof. Dr. Pe. Christian Barchifontaine: “Eu costumo dizer que a bioética é uma ferramenta para o exercício da cidadania; porque a bioética pode ser definida como sendo a ética da vida, a ética da saúde, ética do meio ambiente e, antes de tudo, um diálogo: um diálogo troz profissional, um diálogo troz cultural,  troz disciplinar, que tem por finalidade o resgate da dignidade da pessoa humana”.

 

 

 

 

 

Referência

 

GOLDIM, Roberto José. Bioética: origens e complexidade. Rev HCPA 2006; 26 (2): 86-92;

 

VÍDEO Nº 88 PT 1, dirigido pela TV PUC.  

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