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Rede, coisa de baiano?

                                                                                                             Por Djalma Andrade

 

 

Quem deita em uma rede não deve ter pressa. Que pressa teria um bebê no balanço do colo de sua mãe? O movimento aí é similar ao movimento de uma rede, um vai e vem que nos faz cochilar. Tanto no balanço do colo da mãe, quanto no balanço da rede, o tempo pára, para que o tempo das palavras se prolongue entre a extensão de um balanço e outro e, então, mãe não pode ser mãe, é muito curto, muito apressado. Tem que ser mãiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiha.

Deitar em uma rede com travesseiro é uma coisa que não se faz, é sem graça. O bom mesmo é deitar o nosso rosto no pano da rede; o bebê que não deita seu rosto no peito da mãe, não cochila.

Rede não é coisa de baiano; é muito curto, muito apressado. Deve ser coisa de baiaaaaaaaaaaaaaaaaaano; coisa de gente que, no balanço da rede, tem o privilégio de apreciar a preguiça que há no balanço do mar. Onde está a pressa, meu reeeeeeeeeeeeeeeeeeey?

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